sábado, 10 de agosto de 2024

Passeio, simples assim

 Passeio, simples assim.


Uma amiga viria me visitar, e a ideia era tomar um café, conversar, depois de um dia quente e com bastante trabalho para todos. Mas, naquela noite tudo estava tão calmo, o calor diminuíra bastante, e sugeri a ela sairmos um pouco, darmos uma volta. O meu fiel carrinho de golfe estava ali parado, esperando que partíssemos para um passeio noturno ao redor do kibbutz. Munidas de café, água, nozes e amêndoas, lá fomos nós.

Eu, carioca, desacostumada de sair à noite, nesses tempos, por medo de assaltos, ainda vibro e valorizo haver essa possibilidade por aqui, no kibbutz. Conversar ao ar livre, passear, cruzando com outros que também tiveram a mesma ideia, é uma das coisas simples e gostosas que não devíamos deixar de fazer. Lembro-me do tempo de adolescente, no Rio, vez por outra mamãe e eu gostávamos de pegar um ônibus em direção à Rocinha, ir até o ponto final e depois voltar a Copacabana. Que delícia! Era a nossa forma de relaxamento e admiração da paisagem da então cidade maravilhosa.

Nessa noite gostosa, nós duas conversamos muito, cumprimentamos passantes, saboreamos o lanchinho improvisado, e no ambiente silencioso cercado por árvores e flores, os temas de nossas almas foram convidados. Falamos, rimos, rodamos pelo kibbutz, e nem vimos o tempo passar.  Passeios como esse, cada vez mais me fazem acreditar que nas coisas mais simples há uma porta que conduz ao caminho da paz. Assim como respirar ar puro clareia as emoções, também é importante nos desapegarmos de impedimentos, que em sua maioria já nem sabemos mais de onde vieram. 



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