GUERRA DE NERVOS
Desperto com barulhos ensurdecedores e luzes amareladas que estouram sem parar. Vivo aquela sensação de estranheza, presenciando uma noite assustadora, diretamente da janela de meu quarto. Logo eu, uma neófita em estados de guerra, aprendendo a dormir vestida, com a mochila pronta para uma eventual fuga ao refúgio do kibbutz. Deito-me, mas quem poderia dormir depois disso?
No dia seguinte, vou para a janela verificar como estão meus vizinhos: todos prosseguem nas suas rotinas. Por ser comum, penso, adquiriram o hábito da coragem para seguir adiante. Bem, como o dia está lindo, um calor danado, e como pelo visto só eu estou estressada, sigo para a piscina. Vejo que o pessoal está nadando como faz todos os dias, um ou outro conversando dentro da água, falando pouco sobre o ocorrido. Uma turma bem-humorada dá adeus ao avião que passa, gritando "Estamos bem, não se preocupem!".
A guerra também prossegue, e a tristeza e preocupação não deixam de existir. É muito triste, há pessoas sofrendo e morrendo, mas sucumbir ao medo decididamente não é a ordem do dia. Não é solução. Será que coragem é um hábito? Se for, quero aprender, porque é hora de praticar o que já é sabido em teoria: a vida é aqui e agora! E assim, também prossigo, mergulhando, junto com todos.
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